Guanambi

por gnb — publicado 30/07/2012 11h51, última modificação 10/07/2018 16h13

A conquista e ocupação  do interior baiano foi permeada por obstáculos naturais e pela resistência dos grupos indígenas: eram os Tupis, Gês, Cariris que habitavam o sertão e que resistiam bravamente aos invasores, antes de seu povoamento. Depois de combates sangrentos, vencendo a superioridade bélica dos brancos e dizimando quase que totalmente a população indígena, o sertão baiano começou a ser povoado pelos mais corajosos ou pelos menos favorecidos, que não tinham outra oportunidade de trabalho e sobrevivência.

O avanço das boiadas para o interior modificou a paisagem da região que alem da pecuária sobrevivia da agricultura de subsistência e do comercio com os povos vizinhos. Nos confins do sertão, os núcleos  de povoamento permaneceram por muito tempo isolados, com uma população rarefeita e itinerante.

 

Conforme a tradição oral e os livros memoralistas, o povoado foi formado a partir de um aglomerado de casas de taipa, na segunda metade do século XIX aproximadamente, servindo como porto de paragem e descanso dos tropeiros que por ali passavam e constituindo ponto de comercialização, às margens de uma lagoa, próxima a atual Praça Coronel Cajaíba. Esses tropeiros e bruaqueiros comerciantes em Caetité e vilas próximas aproveitaram para negociar o que havia sobrado das outras feiras enquanto descansavam à sombra de um grande umbuzeiro.

 

Ainda segundo os livros memoralistas consultados, a primeira casa do povoado, ao redor da qual apareceu o aglomerado de casas, era de taipa e pertencia a uma simpática senhora chamada Bela e a sua filha, Flor.Bela era devota fervorosa de Santo Antonio, das quais participavam os vizinhos, não tardando a erguer no centro do povoado, a Casa de Orações também de taipa. Bela, assim como seus vizinhos, era uma migrante que aqui se estabelecera e povoara com sua descendência o arraial de Beija-Flor.

Em 1870, o Coronel Joaquim Dias Guimarães, chefe político conceituado da região, doou o terreno correspondente ao Arraial e adjacências à Freguesia de Beija-Flor. Criada no mesmo ano e subordinada à paróquia de Monte Alto. No arraial foi construída a primeira capela, no lugar da Casa de Orações.

Em 23 de outubro de 1880, através da Lei Provincial n° 1779, foi criado o Distrito de Paz de Bela-Flor, do Município de Monte Alto, nome em homenagem a Bela e a Flor, primeiras povoadoras do já bastante conhecido Arraial.

O crescente e desenvolvido arraial, já com ares de independência, lutou por sua emancipação através da pessoa do Coronel Balbino Gabriel de Araújo Cajaíba, tornando-se seu chefe político, independente da orientação de Monte Alto, seu primeiro intendente à 1° de janeiro de 1920.

 

 

Através da lei Estadual n° 1.364 de 14 de agosto de 1919, o arraial de Bela-Flor foi desmembrado do município de Monte Alto recebendo o nome de Vila de Guanambi. Em 30 de março de 1938, pelo Decreto Lei n° 10.724, Guanambi foi elevada a categoria de cidade. 

 

Fonte:

Fotos Enciclopédia dos Municípios Brasileiros IBGE-Guanambi

Texto: Guanambi Aspectos Históricos e Genealógicos; COTRIM, Dário Teixeira